sexta-feira, 29 de abril de 2011

SUBgente

Almejando conhecer-me , testei  vários sabores, insisti nos antigos jeitos de provar-me. Me violei, fechei os meus olhos ao que brilhava de tão escuro  em mim.
Desconstrui valores, desnudei pudores, desmascarei o que se  trajava de amor, pisei nos sonhos floridos e tão presentes naqueles  anos.
E, ainda assombrada de mim, fiz juras eternas de não mais fraquejar, de não esperançar, de não mais acreditar. 
No conforto dessas mudanças me posicionei.
Dia a dia uma crosta de determinação fez-se em mim uma carapaça protetora e inviolável.
Conhecer-me foi o meu maior engano.  Vencer-me seria o meu   desafio.
Minha mente, meu algoz. Não faltou vontade, não faltou coragem...
Faltou a permissão do meu intimo desconhecido, comandante de meu destino que, de tão escondido, de tão  protegido, nem foi considerado.Sentia que era guiada por algo maior, me vinha numa sensação, num grito interno...Um SUBconsciente reivindicando seus registos e cheio de exigências.
Meu olhar desconfiado só via pedaços de qualquer todo. Nada era completo para me satisfazer. 
Meu medo de reacreditar só via metades; meio homem e meio verme.Inicio das duplas contraditórias: amar e sofrer, amizade e decepção,entrega e prisão...
E esse receio foi moldando uma mulher descrente do amor, determinada a acumular e nunca doar-se.
Aceitando os amores que vieram, os amigos que se fizeram, tudo a que se via por direito possuir.
Monstruosamente alimentei meu inferno...
Disfarçado em desdém, fui entronizando desejos que não eram meus, alegrias que não eram minhas, amores que não me serviam.
Com a gana ilusória de luta, comecei a reivindicar o que julgava" meus", espaços que não existiam dentro de meu desejos  e em pessoas vazias para preencher-me.
Cansada de viver armada, sofrendo por medo de sofrer, vendo um mundo existir independente de minha ação, de minha indignação.
Nada parou, não fiz diferença e nem a diferença.
Me percebi presa por uma mente criadora de inimigos, de infernos, de dores e medos. 
Meu SUBmundo criminoso.. Subjugada ao tempo perdido e orfã de mim.

6 comentários:

  1. FOI DONA LOBA QUEM ESCREVEU ESSA? HA HA HA!
    PASSARIA UMA ETERNIDADE CONVERSANDO COM ESSA LOBA.MARAVILHADO COM A MULHER TAMBÉM!
    ME ADD NO MSN.TENHO UM MATERIAL LEGAL PARA TE MOSTRAR DO GRUPO POETAS DA NOITE DAQUI DE MINAS.
    ABÇ. carlos_poetanoturno@hotmail.com

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  2. Não tenho msn do blog,Carlos. Vou providenciar e te add, viu?
    O blog era fechado,abri a poucos dias e ainda estou organizando...Me surpreendeu um olhar de macho por aqui,RSRS
    Obrigada pelos comentários!Volte sempre.
    Um abraço.

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  3. Gostei bastante do texto, me fez lembrar da célebre frase "conhece-te a ti mesmo"!

    Vc usa muito bem as palavras. Dá pra sentir o texto! Tá de parabens, conseguiu ser bastante intensa!

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  4. Dá mesmo para sentir o texto, mulher intensa e loba intrigante .Também passaria uma eternidade conversando com as duas( risos)
    Eu também quero o msn do blog.
    angelacruz34_@gmail.com

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  5. Vou chamar de loba tambem.ia chamar de cigana.o blog é mulher e loba.agora entendi o lance.estou começando a entender cabeça de artista.kkk
    Cabo Moraes.

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