terça-feira, 26 de outubro de 2010

Guardados

O chão frio adormece minhas costas, frio e úmido.
Olhando meu céu de concreto, revejo todos os nossos dias; as promessas, as conquistas, os risos, os segredos incontidos, o silêncio amigo.
Não cabe apenas no baú empoeirado, extravaso nos olhos a sentir o gosto salgado e amargo dessa lágrima tardia.
Permito-me um grito mental, num suave beijar de cílios.
Inicio uma enumeração de quantos e quantas  e tento findar nos quando...tentativa de arrumar um passado, se isso for possível.


Quantos primeiros foram contigo.
Quantos jeitos de ter reinventei.
Quantos tipos de beijos criei.
Quantos ciúmes publiquei.
Quantos recomeços  aceitei...


Quantas vezes perdoei
Quantas verdades calei.
Quantas dores sorri.
Quantas beijos guardei.
Quantas viagens de ti...


Quando cansei de tantos  e de quantas vezes , despertei!!!
Quando decidi te guarda num baú , determinei ser o meu melhor.
Quando te recriei, foi por amar o que sou contigo.

(madrugada de 16 de setembro de 2002)

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