terça-feira, 31 de maio de 2011

Pintura Intima

O mesmo quadro, a mesma pintura e meus olhos a ver-te diferente...
Você dentro de mim é ainda mais encantador, maior, bem maior do que  eu via. E hoje, nem você, no pior dos instintos de macho, poderia desfazer como te sinto.
Esse despertar de ti em mim, não foi fruto do acaso. Antevi  que sentiria essa 
sensação que me tomou por inteira, mas nunca imaginei tão perto, dentro do que  eu já amava. Agora compreendo melhor as forças antagônicas que me conflituavam a mente.
Me sentia submersa em contradições de prazer e culpa.
Quantas condenações! Ainda me visitam as forças de temores precedentes,
como a me cutucar uma  velha cicatriz.
Você se agigantou,  me propiciou  oportunidades, me deu espelhos e sempre senti que você estava alí, segurando uma mão enquanto eu apontava fantasmas com a outra. Você soube gerir nossa vida quando estive fora de mim e esquecida de ti.
De dentro do caminho lamacento do meu egoísmo fui seguindo as pérolas que você trilhou para tua luz, para que não me perdesse de nós.
Me cobriste de tempo, expectou os resultados de meus erros, o que sobrou em 
mim depois deles. Me permitiu espaço interno e necessário para que deixasse de ser mera espectadora e reagisse  e tomasse posse de minha vida.
Minha vitoria pessoal ecoa, ouço que estou com um brilho no olhar, que transpiro felicidade, que tem algo diferente em mim, que rejuvenesci. É toda minha paz de espírito transbordando...Por você meu amor!
Minha mão continua entrelaçada a tua e a certeza de que estive perdida dentro de mim, mas  nunca estive sozinha.

sábado, 21 de maio de 2011

Lua de Hoje

Hoje, não te quero clara,
não te quero nova,
não te quero prata.

Hoje, não te quero luar,
não te quero encanto,
não te quero a brilhar,
e nem como metade no breu.

Hoje, não te quero astro,
não te quero  fases,
não te quero grande,
e nem escondida no céu.

Hoje, te quero ardente,
te quero pele,
te quero sêmen,
e te quero gente...

Hoje te quero corpo.
 ósculo, fálico,tato,
suado, doce e melado.

Te quero como ondas.
 sem delongas,
 nas partes ,
nas ancas...


Hoje te quero Lua...
Lua do cio.
Lua do véu. 
Lua dos amantes.
Lua de mel.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

♫ ♪ Eu Que Não Sei Quase Nada Do Mar ♫ ♪




Garimpeira da beleza te achei na beira de você me achar


Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer


Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.


Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim


Clara, noite rara, nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

Clara noite rara nos levando além da arrebentação,
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

Me agarrei em seus cabelos, sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas como faz o mar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer

Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim... 
Composição : Ana Carolina/ Jorge Vercilo

terça-feira, 17 de maio de 2011

Elas

Na dualidade de fêmea; instintos a trespassar a razão.
Pôs em poesia seu intimo, seu penar.
Por ser vida -  regenera.
Na desordem da emoção, vagueia a sonhar.
Loucamente proclama o amor de um instante.
Mascarar em ilusão o que lateja em dor solitária.
Fora de ti, frio - agasalhando-se  no que se tem, no palpável.
Um lampejo de ti... reaquece, revive.
Estremece às previsões, aos augúrios intuidos.
Todo os sentidos a vibrar por ti...re-pe-ti-da-men-te.
Duplamente tua...mão e garra; racional e instinto; Mulher e Loba.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Nas linhas



O amor é para eternidade e o tempo para confirmá-lo
As  fantasias são para confundi-lo e o desejo para tentá-lo
O coração é vitima e a  mente  o algoz
Paixão é prisão  e corpo é caminho.

cigana/destino
Pressentimentos...
Tua mão  e as as temidas linhas.
Recomeçando, renovando e te reconhecendo.
Destinada.
Meu eterno em um momento.


Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís de Camões) 

cigana Esmeralda
"Não se acostume com o que não o faz feliz, 
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, 
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"
(Fernando Pessoa)

sábado, 14 de maio de 2011

Fragmento de uma decepção.

  
Acabou a esperança, esfriou o desejo e despertou a razão..tudo tá feio, sem rosto e sem gosto.
O sofrimento vai perdendo a intensidade e já não sabemos diferenciar se é por amar demais ou por  ter de deixar de amar aos poucos.
Não é saudável exteriorizar nossos sentimentos no avesso para nos proteger dos que amamos, só por não pressentirem o que queremos ou o que não queremos.
Não é atrativo nos declararmos. Difícil falar da intensidade do que sentimos sem a aparência de fraqueza e de ilusão e essa sensação é corrosiva.
Refugiar- se  na nostalgia é uma cilada milenar que nos leva a querer reviver o que não existe mais. Enquanto sonhamos com o passado o outro sonha com o futuro  construindo outras realidades.Isso sim, deve ser a tal da desilusão que só se percebe quando já é mágoa. 
Realmente é muito difícil a arte de amar, com ou sem ilusão.
                                                                                                17 de maio de 2010

sexta-feira, 13 de maio de 2011

♫ ♪ ♫ Vidente / Erasmo Dibel

cigana da praia


Todo amor vale o risco
Do choro e do riso
Deixarei minha dor numa mesa de bar
Cantarei só por isso
Pro vício dos olhos
Coração não se engana
Deseja voltar
Uma cigana leu a minha mão
Nossos caminhos
Como os rios
Vão pro mar
Haverá de ter
Um beijo molhado
Haverá de ter
Segredos
Haverá de ter
Um lado comum
Como haverá de ter o avesso
Composição : Erasmo Dibel

Minha Essência

Estou dentro de uma redoma.
Em qualquer direção que vá, o choque  com o nosso passado me paralisa.
Me volto pra ti, busco em teu olhar, nunca em tua palavras, um sinal uma segurança que me permita transpor esse limite.
Essa força me aprisiona numa contradição de perturbados sentimentos.
Enfrento uma consciência traidora ; que hora quer crer; as vezes rir ;  silencia... e mil vezes lateja em defesa de ti!


Preciso me sentir igual. Assim  terei a certeza de estarmos vivendo os mesmos sentimentos  no  mesmo espaço de tempo.. por enquanto, ainda não nos encontramos.
23 de Junho de 2004-   17 horas/ dentro do ônibus da  TCI

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ausência


Tire essa veste de perfeição que  meu amar tricotou para ti...

Devolvo-te as promessas ,os sonhos, as lembranças.

Engula tuas palavras doces juntamente com teu silêncio indigesto.

Lave e leve teu medo perfumado em cuidado e cautelas.

Rasguei meu peito por ti, 
para caber -te.

Olhe ,veja através dos olhos meus...
 tua eterna presente ausência que sangra e não cicatriza.

sábado, 7 de maio de 2011

Estar

Estivera eu a exigir teu cuidado, teu querer, tua presença. 
Como Estaria , se não Estou por ti?
No entanto, querer-te nos meus versos é quase um tocar, como um reexistir  infinito...
Imortalizo  a tua beleza em minhas rimas...
E me emociono a cada releitura . Perpetuando-nos!


E eu assim, te sinto mais perto.  

E  me faço presente .

Não te quero  cativo do corpo , não te quero até desgastar-se..
Quero  esse sentir de me tirar poesia.
Estarei a  recitar-te nas entrelinhas ....
Ruminando a perfeição dos momentos  vividos .
Nada será comparável  ou  igualável  a plenitude  sentida .

Te entregas a tantas e quantas quiseres,
 e ainda assim não Estarás sem mim.
Quebraste  correntes , despertaste o homem novo, 
e  definitivamente ... Estou em ti.



Felicidade

Tem expectativa ...do meu brincar com o lóbulo da orelha , olhos que brilham, pezinho  nervoso e o suspiro  ofegante.
Tem  sabor do meu primeiro achocolatado, de meu jambo maduro, de amendoim torrado, do meu peixe assado...
Tem cheiro de  água de lavanda, de sabonete de erva doce e de hidratante de macadâmia.Como perfume  de  chuva molhando a terra ..adoro!!
Tem  o aconchego de minha rede, do meu guarto e do colo dos que me amam.
Tem lembrança de banho de rio, de brincadeira de roda , das coisas da infância e dos mais íntimos desejos realizados..
cigana carmen
Tem o segredo de meus diários, o enigma  de minhas poesias e as  músicas de minha vida.
Tem a distração das  palavras cruzadas, do meu BLOG, de minhas afirmações e de meu livro de cabeceira.
Tem o fascinio das  mãos, do poder da atração, dos olhos que dizem  e das  águas  que me atraem (doces e salgadas ).
Tem o encanto do sorriso, do amor plâtonico  da verdade sempre dita  e da inocência despercebida.
Tem a surpresa da visita que alegra, da mensagem que aquece, do alô que lembra.
Tem a coragem de meus impulsos , de minhas entregas e de meus  recomeços.
Tem o êxtase da dança do corpo, o contemplar do mar, do pôr do sol, o inspirar das luas  e dos corpos que se reconhecem..
Tem o romantismo da poesia, do amor declarado, das juras eternas, e dos amores impossíveis .
Tem a trasparência de meu olhar,  que chora a mágoa, que chora o perdão,que chora alegria, que chora poesia, que chora canção...
Tem a emoção  das descobertas, dos primeiros beijos, das confidências trocadas,das primeiras paixões , das borboletinhas e dos friozinhos na barriga...hummmm!!
Tem o momento da   mistura ,  que me remete a essas boas impressões que ficaram e quando as  sinto, sei que estou acumulando mais um momento de felicidade.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Achismo

Penso em você como respiro...mas acho que não é amor.
Relembro o que vivemos e meu coração sorrir...mas acho que não é amor.
Com teu jeito de me olhar me sinto nua e ruborizo...mas acho que não é amor.
Tenho temores de me perder  se te perder... mas acho que não é amor.
Sei que para te ter no meu mundo até abro mão de te ter no meu coração...ainda assim, acho que não é amor.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rendição

Lua negra  disvirginando o dia, Loba uivando sem noite.
Armadilhas  dos instintos... da pele, do  cheiro, do gosto.
Colado, avesso e dentro. A deriva...entregue ao Mar.
           Misterioso e fascinante Mar...
28.03.11

Talhos

O tempo passando e eu nos mesmos questionamentos...
 sempre encontro um pedacinho em cada lugar, nunca é um conhecimento que me vista. 
Ainda não  cheguei na minha parada, meu porto seguro.
Sei que há esse lugar e existe  para ser vivenciado por mim. Sei que lá será tudo tão claro, tão real que vai ser como materializar minhas fantasias... porque sei que ele existe, não sei onde e nem em que tempo, porém existe e  sei que vou encontrar .
E assim...
Meu  falar virá de ações, serei verdade para mim e para o outro. Saberei distinguir o que provém de mim e o que provém dos outros. Saberei porque vim, porque estou e para onde vou.
Desafiarei  o meu " Desconhecido" que mesmo dentro é oculto, que de barulhento ensurdece. Que de tão tirano me subjuga  a encurvar-me  em infinitos améns . 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Do lado de dentro.

Quando sou querer; meu olhos confirmam, minha boca finaliza com sim.
Quando sou negação; braços cruzados , tempo fechado  e tudo é não.
Quando sou ciúmes; eu mordo, aponto a dor, ironizo ou  ignoro.
Quando faz bem; eu fico, eu entro, eu me acomodo.
Quando sou saudade; lembro, suspiro e relembro e as vezes escrevo.
Quando sou traída; eu rezo, peço perdão e força  para não me avessar.
Quando sou dúvida; indago e  experimento.
Quando sou  a que espera ; conto pacientemente o fim do meu tempo.
Quando amo; eu me mostro, eu cuido, eu proclamo e me lambuzo.
Quando sou decepcionada; eu balanço , tropeço, aprendo e avanço.
Quando sou decisão; eu meço, peso, concluo e me fecho.
Quando sou confiança; eu chego perto, eu acaricio, eu me enrosco.
Quando sou o erro; sou palmatória, sou auto flagelo, sou grito de perdão.
Quando sou criança; sou leveza, sou beleza e sou inocência.
Quando sou mãe; sou escudo, sou razão, sou emoção, sou coração.
Quando sou amante; sou noite, sou metade, sou desejo, sou paixão.
Quando sou sexo; sou criança, sou mãe, sou mulher, amante e  loba.
Quando sou amiga; sou cúmplice, sou riso, sou ombro, ouvido e mão.
Quando sou medo; sou desistência, sou máscara, sou solidão.
Quando sou orgulho; sou imposição, sou martelo, sou razão.
Quando sou egoísta; sou umbigo, sou corrente, sou mundo.
Quando sou paixão; sou febre, sou pele, sou explosão.
Quando sou loba; sou anônima, sou instinto, sou dúbia, sou lua.
Quando sou mulher; sou complexa, sou intensa, sou essência.

domingo, 1 de maio de 2011

Decisão


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Serei tão relapsa, tão omissa que há de faltar calor...
Serei tão descuidada, tão negligente  que há de faltar alimento...
Serei tão esquecida de mim que há de enfraquecer, há de murchar até a raiz.

Serei tão insistente que há de esvainecer, há de partir.

Talvez te restará uma sombra do que foi sonho e do que foi verde.
Talvez te restará cinzas ou punhado colhido de um tempo sepultado.
Talvez te restará meu todo que de ti não lembre  mais nada.

Em defesa de ti...deixo-te. 
        Em defesa de ti...resigno-me
Em defesa  de ti...anulo-me.